26 de dezembro de 2010

Infelizmente Natal


Os cristãos me crucificam, os amigos me acham bizarra, a família autentica\estranha, os desconhecidos me julgam cômica, mas a verdade é que não gosto de natal.
É uma data celebrada por tantos e que a mim faz tão mal. Todas as lembranças felizes e infelizes são lançadas em minha mente, ferem minha alma e despedaçam meu tão golpeado coração.
Nesta data [25 de dezembro] perco controle de meu corpo, pois a saudade o possui, espalha-se pelo meu sangue, corrói meus sentidos, me tira a lucidez, me tira paz, me tira o sossego e em seu lugar deixa o medo.
Não, nem sempre foi assim, eu não nasci tão fria quanto pareço ser já acreditei em Papai Noel, já o esperei ansiosa em noites de natal com a família reunida. É eu também já tive uma família grande, unida e feliz. Mas o tempo passa infelizmente o tempo passa, as pessoas mudam, você cresce, infelizmente deixamos de ser criança, tudo muda, você torna-se adulto, infelizmente tornamo-nos adultos, assumimos compromissos, deixamos de chorar por um simples arranhão porque isso é coisa de criança, paramos inclusive de chorar por sentir saudade porque isso é coisa de gente fraca e nesse mundo de gigantes quanto menos sentimental maior serás e aí você pára de crê no Papai Noel e ele deixa de existir.
Parei de crê em tantas coisas e o natal as traz de volta! Por que natal? Eu não pedi que as trouxesses até mim outra vez, esquecê-las não foi fácil, não me obrigue a lembrá-las, suplico não me obrigue a lembrá-las!
Se as excluí de meus dias é porque elas os tornavam chuvosos, escuros e muito dolorosos. Mais uma vez suplico, não me a lembrá-las, NATAL!

10 de dezembro de 2010

Perdida no tempo


Ah, a modernidade!
A onda do momento é “ficar”, beijar e tchau tchau...
Troca de olhares, sorrisos tímidos, inquietude das mãos, nada mais disso importa, e aos que ainda tentam essa proeza são lhes dado titulo de caretas, afinal para moçada o importante mesmo é quantidade e não qualidade. Tanto faz se a mocinha tem o sorriso bonito ou olhar sedutor, se o carinha é romântico ou insensível, o que vale mesmo é apontar e dizer “Ah, aquele (a) ali já peguei!” com um sorriso irônico no canto da boca e olhar sarcástico de satisfação pessoal.
São beijos sem emoção, abraços vazios, carícias carregadas de mero desejo [às vezes nem isso possuem], diálogos reduzidos em uma ou duas frases no máximo [“Oi” e “Eu te quero agora”], enfim isso se chama geração século XXI, são os adeptos da seguinte filosofia de vida ”a vida é curta, sou novo (a) demais para me “apegar” há alguém”.
Sinto-me uma roqueira no show do Chitãozinho e Xororó, totalmente deslocada, porque além de mulher sou romântica, esse consumismo de pessoas não me atraí, gosto mesmo é de amor à moda antiga, troca de olhares eloqüentes, sorrisos salientes, beijos ardentes. Gosto mesmo é de uma boa e velha paixão, daquelas que bitolam teu pensamento em apenas um ser, que te fazem sonhar de olhos abertos, rir sozinho (a).
É talvez eu tenha nascido na época errada, mas a verdade é que gosto de exclusividade e de ser exclusiva, calma, não procuro um dono nem quero dominar ninguém, apenas ser presença constate na vida de alguém e vice-versa, exato, pode rir, sim eu gosto de namorar.
Micro relacionamentos nos limita, impede que conheçamos qualidades ímpares do outro, defeitos horrorosos que nos ajudam a evoluir, nos nega o direito à intimidade, não nos deixa ser brega, nos obriga a ser frios e criar personagens durões, nos afoga em solidão, nos tira o olfato [pois são muitos cheiros que se misturam e nenhum que marca].
Não, não gosto de joguinhos de sedução, mas ser sutil na paquera é essencial, incita o desejo de ter o outro e quando isso acontece é sempre mais interessante.

29 de novembro de 2010

Por enquanto adeus



Aquele olhar tímido, sorriso sincero e gestos ingênuos cativaram-me, foi instantâneo.
Não planejei seduzi-lo, é bem verdade que usei de artifícios ancestrais femininos para conquistá-lo, mas por interesse puro nada carregado de maldade, não me julgue maquiavélica, a paixão é uma droga de efeitos alucinógenos intensos, porém ligeiros, comigo não foi diferente, lamento que no teu caso tenha causado dependência, conseqüências sérias e evoluído para amor.
Foste à paixão mais inocente que já experimentei uma mistura de amizade e troca de caricias, tentei ajudá-lo a crescer compartilhando contigo minhas poucas experiências e pensamentos e tu humildemente aceitava-os e amansava meu coração que estava a viver uma tempestade de emoções.
Fizeste-me juras de amor, não sei se recordas, mas sempre me calei diante de tuas palavras transparentes, não podia te prometer nada, desde o inicio eu sabia que essa paixão não poderia vingar, desculpa se te fiz acreditar o contrário, é talvez possa mesmo julgar-me maquiavélica, sei que é contraditório dizer que partir seu coração não era um caso pensado, acontece que eu estava ferida, submergida por um rio de mágoas e melancolias, foste uma pomada cicatrizante de ação imediata em minha auto-estima, como poderia recusar tal ajuda, era mais forte que eu, pareço egoísta, eu sei, entendo sua ira, por isso não contrário.
Se ainda posso pedir algo a você... Peço que aprenda a viver com minha ausência, sei bem como é conviver cercada de saudade e recordações. E se é realmente tão difícil me esquecer pare de tentar apagar minha existência de sua vida, apenas aprenda a lidar com essa distancia.
Jamais negarei a saudade de seu olhar simplório, mas nada posso oferecer-lhe, neste momento, além de minha gratidão e torcida por suas conquistas.
PS. A Cássia Eller traduz tudo isso em uma canção "Mudaram as estações".
Ouça, lembre de nós.

26 de novembro de 2010

Olhares seus, meus, NOSSOS

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara! José Saramago


Seus olhares sacanas me constrangem. É bem verdade que só eu os percebo, sendo assim, subentende-se que sejam discretos, é, são discretos sim, mas tu és capaz de despir-me com um mero olhar.
Talvez seja o fato de ninguém notá-los que mais me constranja, pois isso indaga a hipótese de não passar de uma fantasia de minha mente maldosa, pior ainda, caso seja mesmo uma fantasia significa que o desejo de ter esses olhares sacanas é meu.
Não, não pode ser uma fantasia singular, um desejo ímpar, ora essa! Sei que é um desejo nosso, tu o despertaste em mim, não fujas dessa responsabilidade, se é pecado, então fora um pecado cometido em parceria, onde as conseqüências serão dividas ao meio.
Não serei hipócrita a ponto de dizer que não gosto [de seus olhares], mas jamais os esperei, o porquê eu não sei ao certo, talvez por julgar nossa relação inocente demais, calma, nossa relação ainda é inocente, afinal compartilhamos olhares secretos carregados de desejo, timidez e sentimento [talvez]. 

25 de novembro de 2010

Ele Robô



Desafiei os religiosos, quebrei tabus conservadores, aderi ao mundo da tecnologia, aboli certos conceitos [meus], ultrapassei as barreiras do certo e errado e criei você.
A priori tu eras apenas mais um de meus caprichos.
Naquele sábado agitado, perdido no meio de uma multidão eufórica, que consumia álcool em excesso em plena cidade pacata interiorana, vi os seus olhos de lata, um tanto mecânicos, sim, mas algo chamou atenção, sua estrutura, desgastada ou talvez desatualizada, agia como imã despertando meus desejos de tê-lo como meu.
Me aproximei aos poucos para não assustá-lo e por segurança também, afinal ainda não sabia quais programas predominavam em seu cérebro robótico, mas não tive trabalho, tu eras um robozinho dócil e foi mais fácil ainda torna-se tua dona.
Não demorou, para que eu o transformasse. Mudei seu design, desinstalei programas que o tornavam agressivo, acomodado e dependente de humanos.  Foram longos dois anos de cálculos, noites em claro na sua lataria. Tudo sempre metricamente pensado para que tu, enfim, virasse uma máquina respeitada, como dizem por aí “uma máquina potente”.
E não é que consegui! Estavas ali prontinho na minha frente, tive orgulho de mim, há pouco tempo havia tentado isso e não obtive êxito, mas dessa vez era diferente. Nada mais precisava ser ajustado, nem mesmo um parafuso. Chamei-o de “Obra prima NININO I”, que prepotência minha achar ter criado uma perfeição!
Foi quando tu me mostraste que mesmo sendo de lata existia perspicácia no teu sistema, ora essa! Eu programei-o para ser independente e agora via colocares em prática todos os programas instalados em tua memória artificial, porém funcional.
Hoje essa tua liberdade toda me incomoda, egoísmo talvez, o fato é que antes de meus ajustes eras apenas mais um robô perdido entre tantos outros, eu te recriei, tornei-o uma máquina cobiçada e potente.
Tão potente a ponto de o criador [eu] perder o controle da criação [tu].
Aprendeste a ter vida própria, mas antes sequer tinhas vida!
Foi uma criação tão amada que o deixei partir sem contestar, ao menos, uma franquia. De recordação guardei teu manual de instruções.
Os mesmo ventos que levaram a lataria para longe de seu criador, ou vice-versa, talvez o tragam de volta, ou não.

11 de novembro de 2010

Medo


É um sentimento que corrói a alma, acelera as batidas cardíacas, estimula as tremedeiras, e angustia os instintos.
É visita constante em momentos tensos, decisivos, crucias.
Vêm para pôr a prova suas crenças, suas verdades e para fortalecer suas dúvidas, é um dos melhores amigos da insônia, andam sempre lado a lado, é o que difere sua vida em viver ou sobreviver.
Sentimento que tanto confunde, faz sofrer, te isola, te assola...
É bem verdade que desde cedo o carregamos, talvez seja até uma defesa do inconsciente, uma forma de frear nossa ousadia exagerada, contudo deve ser dosado.
Uma overdose de MEDO pode destruir um momento, uma história, e até mesmo uma vida!
Se for solicitado em grandes quantidades o medo se torna um ladrão que nos faz temer o amanhã, enquanto nos rouba o hoje!

8 de novembro de 2010

Metamorfose

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo! ♫..."
Raul Seixas
 

Era para ser apenas mais uma figurinha em meu álbum de relacionamentos vazios, mas vieste para desestruturar o meu sistema. Já tinha desistido de ser humana, há algum tempo. Passei a ter pensamentos racionais e atos robóticos, pois notei que seres emotivos demais ficam muito expostos à lesões de todas as partes, foi aí que decidi me camuflar. Tornei-me uma camaleoa com armadura de ferro.
Sua atenção exagerada, doada, que nada cobrava além de aceitação, teu carinho cativante, agiu como ácido corroendo a minha armadura. Derreti aos poucos.
O membro que muitos chamam de coração, mas que há bastante tempo estava petrificado/congelado no meu peito, fora aquecido com o calor do teu corpo e voltara aos poucos a bombear sangue para a minha estrutura de lata, foi então que percebi a mutação que acontecia em meu organismo, estava voltando a ser humana.
[Desespero]
Ser humana dói, amedronta, tentei isso antes e não obtive muito sucesso, pior que humana, eu era menina, uma menina ingênua, que perdera um grande amor para si mesma.  Ser ingênua nesse mundo de  gigantes é pedir para sofrer, apanhar e desconhecer o motivo real, por isso desisti dessa experiência.
Comecei a ter insônia, e quanto mais o pavor se expandia em meu sistema, mais tais sentimentos surgiam, mas espera aí, robôs não são programados para sentirem emoções!
DROGAAA! [Pânico]
Agora já não tinha mais jeito, a mutação acontecera, tornei-me humana.
Não foi um grande amor, nem mesmo uma grande paixão, afinal, quando nos envolvemos, eu ainda era de ”ferro”, uma máquina programada apenas para ser gentil e não amorosa, contudo foi o responsável por minha, então, metamorfose.
Graças ao seu jeito ímpar, recuperei sentimentos perdidos, meus poros voltaram a transpirar suor. Antes minh’alma era tão fria que meus abraços não eram capazes de aquecer outro humano e agora passara a ser tão quente que sente carência de alguém para afagar.
Não é fácil viver cercada de sentimentos e atos humanos, não é fácil ser humana!
A armadura metálica proporcionava esquecer os medos e era tão mais simples dizer não e mais simples ainda adeus.
Quanto ao NÃO, ah, esse, ainda, consigo deferir a outro humano sem me punir depois, agora o ADEUS, engasga de tal forma na goela, que depois de ingerir água com açúcar, para tentar amenizar a secura que o ADEUS me causa na boca, acalmar as pernas que ficam bambas e o coração acelerado, meus olhos passam a expulsar essa água do organismo, só que agora elas escorrem salgadas entre meus lábios! 

7 de novembro de 2010

Lágrimas


As lágrimas escorrem mornas, por nosso rosto, para nos aquecer e confortar de que nem tudo é, sempre, tão frio assim! 

4 de novembro de 2010

O amor não precisa, nem deve ser cego!

"Amor não é se envolver com uma pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."
Autor Desconhecido
Essa história de que amor é cego é uma cilada, cuidado!
Calma, eu não quero dizer que temos que amar os “lindos” [apesar de que isso não é sacrifício algum, brincadeirinha]! Acontece que tapar os olhos para o caráter alheio é tolice, e das brabas.
Tudo bem, não existe essa de pessoa perfeita, sem defeitos, incorruptíveis [como diz meu velho e sábio pai: “O que porrada e dinheiro não resolverem é porque foi pouco!”], boazinhas ao extremo, até porque se existisse não nos fascinaria, é fato que os humanos gostam de uma boa dose de sacanagem [no sentido moral da palavra, se é que existe]. Agora o que não dá é para ignorar atos [sempre] desonestos, o passado misterioso [demais], os relacionamentos [quase todos senão todos] conturbados, do (a) cidadão (ã).
Ok, ok, não precisa me bater, já entendi, sei que ninguém quer se envolver com um (a) detetive, não é preciso especular a vida intima, a fundo, do (a) seu (a) parceiro (a), mas um pouquinho de cautela, ao se entregar totalmente para alguém que a pouco não representava nada mais que um estranho em sua vida, não faz mal e conserva os dentes, literalmente [risos].
Vamos trazer isso para a vida real:
“A moça conhece o carinha na balada [conhece, significa olhar e trocar no máximo um OI], flertam se olham e beijam! Naquele tuuntis tunstins turuntis..., amigo (a), não se ouve nada, portanto não espere um papo casual quanto mais um papo intelectual do casal, o que rola é pura atração ou álcool demais ingerido por ambos. Eles saem da baladinha, e adivinha para onde o Carinha leva a moça?!
BINGO!
Para o motel,  isso quando ele não resolve economizar uma grana e tenta algo no carro ou no seu matadouro oficial [quarto], transam e no outro dia normalmente o cara não liga, mas existem os cafajestes que adotam a seguinte filosofia de vida, “quem não da assistência abre para concorrência”, e costumam, sim, ligar para a presa da noite anterior. A jovem se deixa seduzir pelas belezas do rapaz, sejam elas materiais, físicas, ou sei lá mais o que... e só depois de muito levar na cara percebe que não fora a única a receber as ligações de seu amado, ou pior, vai ter a infelicidade de saber que suas peripécias sexuais compartilhada com o então amado eram sempre a piada da semana entre os amiguinhos do cara, e se cair na besteira de reclamar, alterar o tom de voz para cobrar uma explicação corre o risco de levar uns catiripapos”
Outro caso comum:
“O cidadão vê aquela beldade na academia, sua frio, a voz fica tremula, afinal aquela deusa lhe ofereceu um sorriso, e que sorriso! Certo dia a encontra em um barzinho na companhia de amigas, ela sempre está na Night, linda com aquele vestidinho colado, batom vermelho, se aproxima da deusa que retribui seus olhares, "Com essa eu caso!", pensa ele, depois de um papo sacana rola o tão esperado beijo, lógico que não ia deixar de exibir seu troféu aos amigos e a apresenta como sua acompanhante [namorada], não demora até que o amor brote na vida daquele cidadão...”
Pura cegueira! Em ambos os casos vemos como os humanos se deixam corromper pelas aparecias. Só existem dois motivos lógicos para a menina beijar o rapaz [não acredito em amor relâmpago], ele ser bonito a seu ver ou ser rico, não sejamos hipócritas, naquele tuntins turuntis não da para julgar alguém inteligente, não tem como ouvir a pessoa! Já o cidadão da academia excitou-se ao olhar para as coxas grossas, seios fartos e rostinho angelical da morena linda. Em momento algum pararam para pensar se valia a pena prolongar aquela relação, afinal poderia ficar só naquilo mesmo, coisa de uma noite e nada mais, mas como o estereótipo das presas lhes fascinaram então decidiram que nada mais importava, afinal sempre acreditamos que com o tempo o ser amado [parceiro] muda,  estupidez das grandes, ninguém nunca muda por ninguém e se comete essa insanidade é porque não possui personalidade ou existem terceiras intenções [maldosas] atrás disso.
Amar é lindo e até rejuvenesce!
Não hesite em amar, caso encontre uma paixão. Mas não precisa de pressa, a vida é curta sim, mas o amor faz o tempo congelar, apesar do calor que nos aquece alma. Tenha paciência, conheça as imperfeições de seu (a) parceiro (o) e se apaixonará mais ainda, lógico, sem usar a famosa venda nos olhos que os enamorados inconseqüentes costumam usufruir. 

3 de novembro de 2010

Infância

Sou uma mulher madura, que as vezes brinca de balanço; sou uma criança insegura que as vezes anda de salto alto! Martha Medeiros

Se pudéssemos ter uma visão, quando crianças, de como é a Adultolândia, nem que fosse uma ceninha de 30seg, jamais almejaríamos com tanto entusiasmos nos tornarmos adultos.
São gargalhadas ingênuas, gestos cativantes, lágrimas sem mágoas e estonteantes sonhos.
Aaah, a infância, que saudade traz!
Àquela menininha que antes corria trajando apenas uma calcinha pelas ruas feitas de tijolos, aos berros, com os cabelos penteados pelo vento e um sorriso aberto, marcado pela falta de dentes, que nada mais fazia da vida senão brincar com seus coleguinhas e compartilhar as manhãs com a tia [professora] que lhe proporcionava viajar, através de sua mente fértil, para novos mundos, hoje acorda cedo, prende os cabelos [que assim como os seus sonhos já não são mais tão puros] e vai trabalhar.
Ela tenta, muitas vezes, voltar à sua infância, de alguma forma reviver aquele paraíso, mas quando vai além de suas limitações é freada pela dura realidade que lhe trás de volta para a Adultolândia, jogando em seu colo o fardo pesado das responsabilidades adultas.
Aaah, a infância, que saudade traz! 

Nua


E lá se vai mais uma noite fria e solitária...
O sol já vem raiando e aqui, em minha cama que agora parece ser tão grande sem a presença do teu corpo, permaneço a sentir a sua ausência e sonhar com teus abraços, quem sabe um dia eles não resolvem voltar para os meus braços, que ainda são tão seus...
Não penses que minhas noites são solitárias porque opto pelo isolamento, não!
Ainda ontem estive na presença de amigos e nem por isso deixei de estar sozinha!
É algo que vai além de uma simples presença; é uma lacuna que insiste em ser preenchida com o teu nome; é uma certeza que acusa que, ao contrario das minhas, as tuas noites tem sido bem calorosas, pois a minha ausência já não te faz falta; é uma dor que agride e fere meus princípios.
Esqueceste de avisar que tu és um grão de poeira que se perde com facilidade nos ventos do destino. Ainda não aprendi a adormecer sem a lembrança do teu sorriso e o doce sabor de teus beijos.
Sinto um frio, mas esse frio não é aquele que arrepia meus poros, não! É um frio que está prestes a congelar minha alma, vários foram os cobertores que usei para substituir o calor do teu corpo e não obtive êxito.
Não posso, nem tenho coragem para isso, pedir que tu voltes, mas confesso que por mim tu não terias sequer partido!
Sei que já não existe o “nós” e sim você, sua vida, eu e minha vida.
De quem foram os erros?
Não sei! Horas acuso a mim e a meu temperamento difícil, horas acuso você e seu orgulho banal e às vezes ouso acusar o destino [algo que jamais acreditei existir].
Levaste contigo um pedacinho de mim, preciso que devolvas meu coração, pois muitas são as acusações de frieza, às vezes tachada de “coração de pedra” ou “sem coração", acontece que de fato não o tenho mais, a pressa com que nos despedimos fez com que eu se esquecesse de guardá-lo de volta em meu peito. Não sejas egoísta, devolva-o, afinal ele já não te tens mais serventia mesmo!
Sei que deves está achando estranho eu admitir minhas fraquezas, acontece que acordei despida de orgulho, hoje minhas vestes são apenas o manto transparente da saudade.

29 de outubro de 2010

SORRIA!

O sorrisso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores! Mário Quintana



É incrível como tem gente que leva a vida tão a sério e acaba deixando escapar a alegria de viver, não que eu ache que temos que levar tudo na brincadeira sem de fato dar importância a nada, lógico que não! Agora o que não dar é para viver de mau-humor, reclamando da vida, odiando a própria imagem refletida no espelho [como estou gorda peco neste quesito (risos), mas encaro tudo com bom-humor, até porque uma gorducha mal humorada é solidão na certa!], tratando com frieza os que lhe rodeiam, enfim como diz o ditado popular “dando murro em ponta de faca”.
Ok, você vai me dizer; “Mas, gata, eu tenho problemas, minha vida ta um tumulto, tenho contas para pagar e coisa e tal”. Certo, não menosprezo seus problemas, agora aceite e entenda que todos têm problemas, contas, e que nem todos os dias são felizes, existem dias nublados, frios, solitários, mas para tudo isso existe também uma coisa chamada SORRISO! Problemas todos têm isso é normal! Agora tratar os demais com frieza por conta disso é bem mais que egoísmo é uma puta estupidez! Faço minha as palavras de Frejat quando diz: “... Você acha que ninguém sofre mais do que você, talvez porque não saiba ao certo o que é sofrer...”
Ah, o sorriso move montanhas!
É tão mais fácil se aproximar de quem te interessa lhe ofertando um sorriso, seja ele tímido aquele do cantinho da boca, safado aquele que vem acompanhado de um olhar saliente, extrovertido aquele que demonstra o quanto você está feliz, não importa como e qual sorriso você vai oferecer, o importante mesmo é você sorrir, mas sorria não só por fora, para parecer educadinho, isso é hipocrisia, ou mostrar que tirou o aparelho [tem gente que sorri para mostrar que tem aparelho, tem doido para tudo nessa vida,] sorria com o coração, e principalmente com a alma!
Liberte-se do estresse do trabalho, dos afazeres domésticos, dos trabalhos de faculdade, dos relacionamentos conturbados, das amizades ingratas, das doenças cruéis, dos filhos rebeldes, e de tudo o que te importuna com uma boa gargalhada! Olhe ao seu redor veja como as flores são lindas, o sol está radiante, as crianças são alegres. ISSO! Exatamente isso, aja como criança pelo menos uma vez por semana [adotei essa terapia, mas faço isso praticamente todos os dias] e vai perceber a pele mais jovem, o astral mais elevado e clima menos tenso!
PARE JÁ! 
Pare já de ser tão certinho, de querer ser normal [ser comum é uma chatice, pelo menos pessoas assim não me atraem nada!]! Ouse mais [a ousadia revigora os instintos], dê bom dia a quem você não conhece, puxe assunto em uma lanchonete com um estranho, converse com seu animal de estimação, encontre velhos amigos em um bar, escute as histórias de seus pais, visite parentes, se deixe apaixonar e deixe as pessoas se apaixonarem por você também, faça uma ligação para alguém que há muito tempo não tem noticias, leia um bom livro, saia para dançar, viva, porque os dias são longos, mas os anos são curtos!
Não deixe que a vida passe sem sequer ter cometido no mínimo 20 loucuras. Imagino que seja triste envelhecer e não ter o que contar aos netos, perceber que pouco vivera o presente, pois pensavas sempre no futuro! Preocupe-se menos com o amanhã e dê mais ênfase ao hoje. Faço minha as palavras de minha irmã “Não quero nem saber quem pintou o céu de azul; quero é lata de tinta!”.
Busque evoluir com as dificuldades, tire sempre um aprendizado de tudo porque senão o teu sofrimento terá sido em vão, conseguirás até recuperar antigas amizades, mas os dias, sem sorrir, desperdiçados, ah, esses jamais voltarão!

28 de outubro de 2010

Perigo Ambulante!



Não trate com prioridade quem te trata como opção!” Isso é fato e deve ser levado ao pé da letra.
Sabe aquelas PESSOAZINHAS que te procuram quando estão em suas crises existenciais e precisam provar pra si mesmas e aos outros [amigos, familiares e ex-namoradas (os)] que desfrutam de boa companhia, no caso você, pois bem, esse tipo de espécie merece ser urgentemente excluída da sua lista telefônica e vida, vai por mim isso lhe fará um bem.
Em geral se mostram carinhosos (as), atenciosos (as) e super prestativos (as), exemplos comuns são: “A moça vai almoçar com o rapaz, que, diga-se de passagem, a convidou, chegam ao restaurante [sempre um dos mais requintados da cidade afinal o objetivo do almoço é causar boa impressão e somar pontos com a pobre vitima] até a cadeira para senhorita sentar-se ele puxa a chama de “meu amor”, “bebê”, “princesa”, “linda”, a gentileza em figura de gente, fala direitinho usando bem a concordância e respeitando as regras gramaticais da língua portuguesa, é sempre sensível e em hipótese alguma vai se mostrar machista, isso nunca!...” outro caso:” A menina ouve sem querer [o cara atende o celular na sua frente] convenças estranhas do carinha com uma suposta ex-namora, que na real passou a ser atual amante, e finge que isso não lhe abala sem hesitar continua na pose, uma verdadeira dama, nem toca no assunto, pelo contrario mete logo outro assunto no meio até porque não quer transparecer que é possessiva, chata, mal-educada ou algo que possa espantar a presa [pelo menos não no inicio]...”
Nos dois casos é visível o esforço que as personagens fazem para não transparecerem o seu verdadeiro eu. Na verdade o “Carinha” não é de puxar cadeira para uma mulher sentar, abrir a porta do carro e acha um absurdo o homem sempre pagar a conta, a seu ver isso tudo é uma caretice só, mas aprendeu desde cedo que uma mulher gosta dessas “frescuras” e se realmente quiser ter uma boa noite de sexo precisa se sacrificar. Já a moça fica muito puta com a porra da ligação, ainda mais vinda da vadia da ex-namorada, o cara vai a casa dela e ainda atende a ex, isso é inaceitável, a vontade era tomar o celular e falar assim: “Ow garota, vai procurar outro porque esse aqui já tem dona [mulheres adoram se sentir poderosas e fazer inveja para outras mulheres], nós estamos felizes, não seja impertinente!...” E só não faz isso porque teme aceitar o fato de que o tal carinha não está apaixonado, pelo menos não por ela e essa atitude[atender o celular do rapaz] implicaria em grandes conseqüências, ou seja, ele poderia simplesmente sumir.
Retomando o raciocínio inicial, essa espécie de humanos deve ser evitada, é sério, [ah, e não é recalque desta que vos escreve]. Porque no dia que a vítima, no caso você, se encontrar triste, abalada (o), mal-humorada (o) porque teve um dia ruim ou por sentir saudades de alguém, precisando de um abraço e poucas palavras, enfim no dia em que você não pode/quer ouvir as desgraças alheias ao contrario quer ser ouvida (o), ah, meu caro leitor (a) esse (a) individuo (a) some, evapora, nem a CIA encontra esse cidadão (ã) e nem perca seu precioso tempo ligando, nessas horas telefones moveis transformam-se em fixos sempre esquecidos em casa, no carro, no trabalho... Enviar SMS é puro ilusão, o (a) tratante não se dar ao trabalho de ler quanto mais responder, resolveu te deixar em standby.
Um belo dia a Crise Existencial do tal cidadão (ã) bate a sua porta de novo e adivinha para quem é a primeira ligação que ele faz ao acordar!? ... Isso mesmo é quem você está pensando, o (a) sem vergonha te liga [ressurgiu das cinzas, a fênix] com a desculpa esfarrapada de que tava muito ocupado (a), muito trabalho, sem tempo para nada, mas que está a beira de um peripaque de tanta saudade que sente de sua pele quente, seus lábios doces e blá blá blá...
Não se deixe iludir, no mínimo a (o) ex- namorada (o) e atual amante lhe deu um belo pé na bunda, caiu na gandaia e fez como ele (ela) fez com você, SUMIU o (a) deixando carente e corniado (a).
Plím!
 Ler a caixa de entrada de seu aparelhinho que agora volta a ser móvel e resolve finalmente olhar suas mensagens: “Saudades”... “O que houve, por que você sumiu?”... “Aparece aqui em casa hoje!”... “Vamos sair?”... “Tudo bem não  vou mais te importunar“... E nessa hora lembra que você existe, te manda um SMS mais ou menos assim: “Oi, BB, tenha uma boa noite, desculpa esses dias é que ando meio conturbado (a). bjs”. Aaah, vai se fu...(piiiiiiiiiiiiiiiiiii)!
É obvio que a solidão é necessária, pessoas que te sufocam demais também não são a melhor pedida, mas não somos acessórios, que caem bem em certas ocasiões e em outras não, ora! Não é porque você é mulher e não quer parecer pegajosa que não deve exigir a atenção do seu parceiro ou porque é homem e teme demonstrar afeto demais que não pode dizer o quanto gosta da sua companheira, isso é pura ignorância! Deixe que os seus sentimentos falem por você, lógico que com cautela, mas por favor não se sinta inferior por ter sido ignorada (o) por essa espécie de gente, egoísta, isso não! Faz como eu. Ignora também! E quando o (a) descarado (a) te procurar recomende ajuda médica ou leve-o a farmácia mais próxima e lhe enfie de goela a baixo um semancol.

26 de outubro de 2010

Carta destinada a Srta mais formosa que Coraçãolândia já viu, Paixão



Oi, querida, Paixão...
Antes de qualquer coisa quero justificar o porquê desta carta! Foi à única maneira que encontrei para que tu soubesses a importância que tens em minha vida, para ser sincero não acredito nem que tu leias até o fim, mas não é de minha índole esquecer ou abrir mão de algo por puro orgulho idiota.
De antemão peço desculpas se estou sendo impertinente, mas como disse a pouco nada mais me veio à mente senão traduzir em palavras o que sinto aqui em meu peito...
Aparecestes como uma brisa refrescando minhas madrugadas tão solitárias. Veio, assim de mansinho, com aquele jeito ímpar, olhar inocente, sorriso aberto distribuídos em lábios carnudos, não tive nem como reagir, teu arsenal era pesado e a Coracãolândia encontrava-se dilacerada, pois a ultima batalha travada naquele tão humilde vilarejo deixara inúmeros mortos e feridos. Cidadãos antigos e ilustres sofreram com a guerra, como a Sra. Esperança dos Anjos que ficou em coma por três longos meses, mas felizmente e obra do criador tem apresentado estado de melhoras, contudo permanece em repouso e com a saúde bastante debilitada, e o, pobre, Amor Próprio de Todos e Silva, tão querido por tantos, esse tadinho, que Deus o tenha! E não poderia deixar de mencionar uma das mais respeitadas e antigas morada da Coracãolândia, a Sra Confiança Alheia que graças a Deus não morreu, mas está em estado gravíssimo na UTI, hospital Sentimentos Perdido.
Então agora tu entendes o porquê de eu não ter te vencido na batalha que travamos [Razão X Emoção], foste fácil invadir minha mente e tomar o poder em Coraçãolândia.
Da mesma forma ligeira em que tu, Paixão, aparecestes também trastes de sumir! Até tentei entrar em contato contigo, mas sempre tinhas algo a fazer; horas era o trabalho, horas compromissos inadiáveis sem contar naquele teu outro amigo, o qual mantinha o mesmo relacionamento que compartilhavas comigo, inclusive há mais tempo que o nosso, a diferença entre ele e eu era que o sortudo podia gritar aos ventos o teu nome, Paixão, já a mim só restava o silêncio e a discrição, confesso que quando descobri esse fato pensei em largá-la com medo de talvez adoecer de arrependimento agudo, mas a verdade Paixão que com essa tua experiência de longa data já tinhas me cativado e nem mesmo o pânico de contrair um vírus letal [decepção] iria me fazer desistir, pelo contrario, era justamente essa adrenalina que me impulsionava a seguir.
Quero que saiba que aquelas madrugadas frias e solitárias que eu tinha antes de conhecê-la, Paixão, voltaram a me atormentar, esse foi um dos motivos que fizeram com que a coragem brotasse e por meio dessa carta viesse a te falar e pedir para que tu, Paixão, não desapareças! Em meus travesseiros ainda existe teu cheiro, em minha boca a doce lembrança de seus beijos e nos meus braços a saudade de afagar teu corpo junto ao meu.

Teu ainda, Menino das Madrugadas!
Beijos do tamanho da saudade que me consome. Espero revê-la em breve!



PS: Quero deixar claro que assim como uma caneta é um instrumento nas mãos de um poeta, eu também fui apenas um meio que o Menino das Madrugadas encontrou de buscar por sua amada! (Risos)

22 de outubro de 2010

Amor ou Posse?



Uma amiga comentou certa vez sobre sua vida amorosa... Em seus relatos ressaltava o amor que sentia por um de seus ex-namorados e que sempre que ambos se encontravam, por ironia ou não do destino, trocavam caricias, faziam o famoso “flashBack”.No inicio da conversa eu percebia claramente o sorriso em seus olhos, mas no desenrolar do papo a sua expressão facial ia mudando, oscilava em risos (com uma pitada de saliência) e olhares perdidos (carregados de magoas e arrependimentos).
Explicava-me que no inicio os flashBacks eram maravilhosos, pois segundo o que falava existia amor, não era apenas uma transa, mas a junção de corpos que foram separados pela distancia e isso era magnífico, contudo com o passar dos anos passaram a ser mecânicos, robóticos...etc. E que no final da noite o sentimento que a possuía já não era mais de contentamento por saciar uma saudade e sim de arrependimento por transar com alguém que já não se importava mais em saber como ela estava, o que lhe afligia ou quão grande era a falta que sentira dele, afinal se encontravam esporadicamente 2 ou 3 vezes ao ano.
Foi aí que a moça começara a perceber que aquele ser adormecido ali despido de trajes já não era mais o seu “narigudo” e nem ela a sua “galega” (apelidos cafonas que os enamorados costumam titular-se), e isso lhe incomodava!
Aquele homem deitado ao seu lado mais parecia um estranho do que o seu ex-amor lembrado com satisfação tantas vezes por essa mulher.
Em momento algum eu me metia na conversa, gostava de ouvi-la, suas palavras exalavam sentimentos e isso sempre me fascinou!
Falou por vários minutos e no fim fez-me aquela pergunta crucial que, particularmente, não gosto (pois sou forçada a dizer o algo que a conforte e o que penso talvez fizesse o inverso): - O que achas disso e se fosses contigo como agirias?
Putz! (grito por dentro) começo a gaguejar: - Ah, é que... (olho o celular e peço a Deus que ele toque, mas ele não toca)...bem... (uma pausa breve para tomar fôlego). E então esse lance de amor é complicado, amiga! (enfim consigo formular uma frase). A frase mais inadequada para usar nessas conversas, pois a pessoas começa a se achar um nada e retruca.
- Eu sei que sou a burra dessa história, que ele não me promete nada e que se existe ilusão é culpa minha... e blá blá blá
A verdade é que nem a estou mais ouvindo, até ouço os ruídos de suas palavras, mas estou entretida com o meu pensamento.
O ser humano opta em reviver o passado, pois tem uma dificuldade exorbitante de se desapegar as pessoas, o sentimento de posse sempre prevalece, talvez nem existisse mais amor por esse tal ex, sentir saudade não significa amar! Amor é outra coisa bem mais legal! Saudade é a certeza de que o passado valeu à pena e só.
A verdade é que essa amiga não sabia lidar com a solidão como acreditava, convenhamos que a solidão seja algo difícil para os humanos, somos muito dependentes de alguém, dependentes de uma “certeza’’, ou pelo menos uma dúvida, de sermos amados por outra pessoa que não seja nosso parente e nem amigo!
Quanto ao fato de não existir mais “amor” na transa deles, isso é balela, pois algumas vezes a moça fizera sexo casual e me confessado gostar bastante da experiência (só para ressaltar, não acredito em amor a primeira vista) .
O problema real era que quando eles transavam o olhar do seu parceiro entregava que na verdade o seu pensamento perambulava longe e que assim como o seu pensamento o coração também não estava ali presente.
O sentimento de perda era o que a incomodava de fato, mas não pensem que humanos sentem-se assim por perder um amor! Não!
Era por alguém ter-lhe “tomado o posto, o qual tanto tempo ocupou no coração daquele cidadão”, percebera não ser mais o centro das atenções e desconfiava que a partir de agora ele já não seria disponível quando ela brigasse com algum namorado, quando se sentisse carente ou mesmo quando quisesse diversificar o cardápio (é, não estranhem, mulheres também gostam de experimentar mais de um prato, apesar de que nesse caso é prato repetido). O que lhe atormentava era a idéia de não ter alguém para se vangloriar dizendo as amigas: "Ah, fulano me ama!" Ou: "Cicrano basta eu estalar os dedos que ele vem!"
Traduzindo, isso é puro egoísmo.
Quem pensa que o egoísta não se importa com nada está muito enganado, pelo contrario para o egoísta tudo tem importância, não abre mão de nada por isso ele é egoísta, quer tudo mesmo sabendo que o “tudo” já não lhe faz falta!
De repente sou interrompida do papo que estava a ter comigo mesma ou como diz meu sobrinho com os meus amiguinhos imaginários. E trazida de volta para a conversa com minha amiga por uma batidinha dela no meu ombro dizendo: - Não é mesmo!?
Putz! (de novo)
Respondo: - Ah, é que...Bem...E então esse lance de amor é complicado, amiga! E antes que ela fale mais, complemento: - E se arrume logo que já estamos atrasadas, esse papo é adequado para uma mesa de bar (risos) e nada de celular, até porque você já sabe né!?... Celular de bêbado é uma arma!
Saímos, bebemos, dançamos, rimos, namoramos, mas quando a moça chegou em casa, rum,  lá estava seu celular, as horas de abstinências de seu aparelhinho perigoso lhe causaram agora uma vontade louca de usá-lo.
Avançou com uma voracidade para pega-lo que nem tive coragem de dizer não use essa droga, simplesmente pedi que se dirigisse para a sala ou cozinha caso fosse consumir sua droga (fazer ligações), pois o álcool misturado com o cansaço de uma noite agitada me deixa sempre muito sonolenta.
Minha noite acabou aí!
E ela?
Ah, deu a desculpa de ir beber água e passou horas no celular, mas isso é outra história!

21 de outubro de 2010

Lembranças

A saudade é capaz de gerar inúmeros outros sentimentos a mesmo tempo no individuo que a sente!
Quando a saudade aperta o peito se enche de alegria, pois nossa mente capta flashes de momentos maravilhosos, eles passam como um filme, no mesmo instante que esse contentamento nos cerca, uma melancolia indescritível aperta-nos por dentro, ao lembrarmos que esses momentos tão significativos se foram, perderam-se no tempo! E que agora nada mais nos resta senão recordá-los!
Aquilo que antes se titulava FELICIDADE, agora atende pelo nome de PASSADO!
O ser humano “rala um bocado” para entender ou aceitar que o tal passado não se pode reviver. As lembranças[passado] ficarão trancafiadas em um baú de recordações trancado a sete chaves e essas chaves sempre se perdem com o tempo. E nem adianta tentar extraviar esse baú, caso obtenha sucesso nisso as relíquias lá guardadas são muito frágeis e qualquer movimento brusco podem destruí-las, é mais sensato deixá-las quietas e em segurança.
Uma grande amiga minha costumava dizer “São outras roupas, outras pessoas”!
As coisas, os fatos, as pessoas, etc. não serão as mesmas, por mais que se tente refazer cada cena haverá sempre algum improviso que fugirá do seu roteiro.
Ao abrir uma aspa lembre-se de fechá-la, senão correrás o risco de perder a linha de raciocínio.
A lembrança, (que faz a saudade brotar no peito) é uma espécie de testemunha ocular. Comprova a veracidade de fatos que alguns julgam serem frutos de nossa imaginação!

20 de outubro de 2010

Nascida de sete meses


Algumas coisas acontecem tão rápido que isso te impede de sofrer por perdê-las!
A vida vai passando às vezes em uma ligeireza tão grande que os acontecimentos vão te engolindo e você nem se da conta que “aquilo” que se foi era importante e que por muito tempo foi algo essencial para o seu bem-estar.
Contudo esse turbilhão de acontecimentos uma hora simplesmente dá uma freada brusca e a dureza da realidade te espreme contra a parede! É nessa hora que as pernas falham que a voz fica tremula e o coração palpita, pois exatamente neste momento a ficha caí, e aí parceiro, você percebe que seu “conto de fadas” não passa de uma fuga do seu inconsciente ao cair em desespero por ter abolido da sua vida uma rotina que a pouco te fazia “feliz”!
Isso machuca, confunde, agride a alma, afinal ninguém nunca está pronto para sentir na pele aquela frase clichê dita por tantos... “Quem eu pensava conhecer nunca existiu”...
Não tem como explicar para o coração que os momentos lindos, as piadas internas, as brigas banais, os e-mail trocados, e as caricias eloqüentes não existiram, ou melhor, existiram, mas tudo não passava de um “teatro”!
Como assim “teatro”?!  Logo eu que tanto amo teatro,  passo agora a enojar essa palavra por ela significar a inexistência de afeto sincero que alguém alimentava por mim!
Não, meu coração nega-se a acreditar que tudo era uma farsa, não é admissível que um ser humano seja tão calculista assim.
- SERES HUMANOS SÃO REGIDOS POR SENTIMENTOS, JAMAIS AGIRIAM ASSIM! (Grita meu coração)
Plaft!
Um tapa de vergonha acerta meu rosto e minha consciência (razão) acusa: - Não te esqueças das atitudes que tens presenciado ultimamente; não te esqueças que a perfeição só existia no seu mundinho que sempre optou por não enxergar o real; não te esqueças que seres humanos infelizmente alimentam sentimentos medíocres e desprezíveis também!
E agora? No que acreditar? Devo dar credito as minhas lembranças e saudades? Aceitar que nem sempre existe a reciprocidade?...etc.
Perguntas e mais perguntas brotam em minha mente, resposta que é bom, nenhuma!
Um dia li em algum lugar a seguinte frase: “O segredo da felicidade é boa saúde e pouca memória!”
Faço dessa frase minha bíblia!
Mágoas ficaram para pessoas que não tem pressa de serem felizes!
Como diz o velho ditado popular: eu nasci de sete meses. Sou a pressa em figura de gente!