7 de janeiro de 2011

Anjos existem


Não sou fã de despedidas, são sempre dolorosas, é uma mistura de incerteza, perda e saudade. Quanto menos dias se passaram longe do que deixamos para trás maior é a dor da ausência, pior que isso só o sofrimento de uma futura despedida, sofrer por antecipação é se auto mutilar aos poucos, é deixar de aproveitar o agora para pensar no amanhã, é um erro consciente e muitas vezes inevitável.
É obvio que o ideal era aproveitar os últimos minutos ao lado de quem se ama ao invés de se trancar no banheiro e chorar caladinho para que seus soluços não sejam ouvidos, mas como ignorar a falta que esses anjos [amigos] irão lhe fazer na sua “nova vida”, é impossível não pensar no "até mais amigo (a)" [não direi ADEUS, isso iria me feriar mais ainda], esse "até mais" pode durar dias, meses, anos, se horas já são traumatizantes imagine anos é de partir ao meio a frieza de qualquer humano.
Sabe aqueles convites desmarcados ou não aceitos?
Sentiras um remorso cruel por não tê-los aceito e aproveitado, lhes farão falta como se tivesses arrancado um dente da frente, comprometerá o seu sorriso, literalmente.
Lembras-te das brigas bobas que acarretavam em dias sem diálogos com aquela pessoa amada?
Melhor esquecê-las! Pois essa mancada é que mais irá golpear teu coração o acusando de inconseqüente, frio e estúpido. Aqueles dias perdidos por orgulho banal pesarão como um elefante sobre os seus ombros.
E as fotos?
Momentos que foram congelados em um pedaço de papel. Essas fotos agirão como uma navalha nos seus olhos, te fazendo derramar lágrimas vermelhas em seu rosto de semblante melancólico.
Os detalhes irrelevantes de uma hora para outra ganharão destaque. Isso se chama saudade. Ainda não compartilhei dessas experiências, aliás, não nesse momento em que me encontro, pois já tive despedidas antes, já as vivi sim, logo esses sentimentos irão assolar minha mente mais uma vez, para variar.
Se eu tenho medo?
A palavra não é medo e sim solidão!
Já deveria ter aprendido e lidar com essa Senhora que me acompanha há tempos, acontece que ignoro a sua presença, mas não resolve, ela é insistente, inconveniente, cruel e veemente fiel.
Quanto à saudade, essa não me incomoda tanto, já andamos até de mãos dadas, uma companheira que o destino me presenteou, pelo menos essa moça ainda me arranca boas gargalhadas recheadas de fortes emoções, se a sentimos é porque não vivemos o passado em vão, isso acalma a alma.
Viver longe de quem amo desde cedo me foi ensinado.
Sim, eu vou, mas meu coração ficará!
Obrigada pelas gargalhadas, sorrisos, alegrias, tristezas compartilhadas. Obrigada por me fazerem viver sentimentos humanos e reais. Se eu nunca lhes disse olhando nos seus olhos que os admiro e amo incondicionalmente, perdoem essa menina de coração mole e atitudes duras, palavras travam meu sistema nervoso, sempre as pronuncio mentalmente porém quando tento materializá-las em sussurros da um pane na maquina e isso acaba não acontecendo , mas leiam como se tive ouvindo eu recitar na mesa de um bar: “Amo muito todos vocês, meu anjos!
PS. Ofereço essas palavras para os amigos,
Jussara Gomes, Claudyanne Bomfim, Thalles Thaysson, Caio Golchmity, Leandrius Muniz, Marilda Souza e Leilane Mesquita.

26 de dezembro de 2010

Infelizmente Natal


Os cristãos me crucificam, os amigos me acham bizarra, a família autentica\estranha, os desconhecidos me julgam cômica, mas a verdade é que não gosto de natal.
É uma data celebrada por tantos e que a mim faz tão mal. Todas as lembranças felizes e infelizes são lançadas em minha mente, ferem minha alma e despedaçam meu tão golpeado coração.
Nesta data [25 de dezembro] perco controle de meu corpo, pois a saudade o possui, espalha-se pelo meu sangue, corrói meus sentidos, me tira a lucidez, me tira paz, me tira o sossego e em seu lugar deixa o medo.
Não, nem sempre foi assim, eu não nasci tão fria quanto pareço ser já acreditei em Papai Noel, já o esperei ansiosa em noites de natal com a família reunida. É eu também já tive uma família grande, unida e feliz. Mas o tempo passa infelizmente o tempo passa, as pessoas mudam, você cresce, infelizmente deixamos de ser criança, tudo muda, você torna-se adulto, infelizmente tornamo-nos adultos, assumimos compromissos, deixamos de chorar por um simples arranhão porque isso é coisa de criança, paramos inclusive de chorar por sentir saudade porque isso é coisa de gente fraca e nesse mundo de gigantes quanto menos sentimental maior serás e aí você pára de crê no Papai Noel e ele deixa de existir.
Parei de crê em tantas coisas e o natal as traz de volta! Por que natal? Eu não pedi que as trouxesses até mim outra vez, esquecê-las não foi fácil, não me obrigue a lembrá-las, suplico não me obrigue a lembrá-las!
Se as excluí de meus dias é porque elas os tornavam chuvosos, escuros e muito dolorosos. Mais uma vez suplico, não me a lembrá-las, NATAL!

10 de dezembro de 2010

Perdida no tempo


Ah, a modernidade!
A onda do momento é “ficar”, beijar e tchau tchau...
Troca de olhares, sorrisos tímidos, inquietude das mãos, nada mais disso importa, e aos que ainda tentam essa proeza são lhes dado titulo de caretas, afinal para moçada o importante mesmo é quantidade e não qualidade. Tanto faz se a mocinha tem o sorriso bonito ou olhar sedutor, se o carinha é romântico ou insensível, o que vale mesmo é apontar e dizer “Ah, aquele (a) ali já peguei!” com um sorriso irônico no canto da boca e olhar sarcástico de satisfação pessoal.
São beijos sem emoção, abraços vazios, carícias carregadas de mero desejo [às vezes nem isso possuem], diálogos reduzidos em uma ou duas frases no máximo [“Oi” e “Eu te quero agora”], enfim isso se chama geração século XXI, são os adeptos da seguinte filosofia de vida ”a vida é curta, sou novo (a) demais para me “apegar” há alguém”.
Sinto-me uma roqueira no show do Chitãozinho e Xororó, totalmente deslocada, porque além de mulher sou romântica, esse consumismo de pessoas não me atraí, gosto mesmo é de amor à moda antiga, troca de olhares eloqüentes, sorrisos salientes, beijos ardentes. Gosto mesmo é de uma boa e velha paixão, daquelas que bitolam teu pensamento em apenas um ser, que te fazem sonhar de olhos abertos, rir sozinho (a).
É talvez eu tenha nascido na época errada, mas a verdade é que gosto de exclusividade e de ser exclusiva, calma, não procuro um dono nem quero dominar ninguém, apenas ser presença constate na vida de alguém e vice-versa, exato, pode rir, sim eu gosto de namorar.
Micro relacionamentos nos limita, impede que conheçamos qualidades ímpares do outro, defeitos horrorosos que nos ajudam a evoluir, nos nega o direito à intimidade, não nos deixa ser brega, nos obriga a ser frios e criar personagens durões, nos afoga em solidão, nos tira o olfato [pois são muitos cheiros que se misturam e nenhum que marca].
Não, não gosto de joguinhos de sedução, mas ser sutil na paquera é essencial, incita o desejo de ter o outro e quando isso acontece é sempre mais interessante.

29 de novembro de 2010

Por enquanto adeus



Aquele olhar tímido, sorriso sincero e gestos ingênuos cativaram-me, foi instantâneo.
Não planejei seduzi-lo, é bem verdade que usei de artifícios ancestrais femininos para conquistá-lo, mas por interesse puro nada carregado de maldade, não me julgue maquiavélica, a paixão é uma droga de efeitos alucinógenos intensos, porém ligeiros, comigo não foi diferente, lamento que no teu caso tenha causado dependência, conseqüências sérias e evoluído para amor.
Foste à paixão mais inocente que já experimentei uma mistura de amizade e troca de caricias, tentei ajudá-lo a crescer compartilhando contigo minhas poucas experiências e pensamentos e tu humildemente aceitava-os e amansava meu coração que estava a viver uma tempestade de emoções.
Fizeste-me juras de amor, não sei se recordas, mas sempre me calei diante de tuas palavras transparentes, não podia te prometer nada, desde o inicio eu sabia que essa paixão não poderia vingar, desculpa se te fiz acreditar o contrário, é talvez possa mesmo julgar-me maquiavélica, sei que é contraditório dizer que partir seu coração não era um caso pensado, acontece que eu estava ferida, submergida por um rio de mágoas e melancolias, foste uma pomada cicatrizante de ação imediata em minha auto-estima, como poderia recusar tal ajuda, era mais forte que eu, pareço egoísta, eu sei, entendo sua ira, por isso não contrário.
Se ainda posso pedir algo a você... Peço que aprenda a viver com minha ausência, sei bem como é conviver cercada de saudade e recordações. E se é realmente tão difícil me esquecer pare de tentar apagar minha existência de sua vida, apenas aprenda a lidar com essa distancia.
Jamais negarei a saudade de seu olhar simplório, mas nada posso oferecer-lhe, neste momento, além de minha gratidão e torcida por suas conquistas.
PS. A Cássia Eller traduz tudo isso em uma canção "Mudaram as estações".
Ouça, lembre de nós.

26 de novembro de 2010

Olhares seus, meus, NOSSOS

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara! José Saramago


Seus olhares sacanas me constrangem. É bem verdade que só eu os percebo, sendo assim, subentende-se que sejam discretos, é, são discretos sim, mas tu és capaz de despir-me com um mero olhar.
Talvez seja o fato de ninguém notá-los que mais me constranja, pois isso indaga a hipótese de não passar de uma fantasia de minha mente maldosa, pior ainda, caso seja mesmo uma fantasia significa que o desejo de ter esses olhares sacanas é meu.
Não, não pode ser uma fantasia singular, um desejo ímpar, ora essa! Sei que é um desejo nosso, tu o despertaste em mim, não fujas dessa responsabilidade, se é pecado, então fora um pecado cometido em parceria, onde as conseqüências serão dividas ao meio.
Não serei hipócrita a ponto de dizer que não gosto [de seus olhares], mas jamais os esperei, o porquê eu não sei ao certo, talvez por julgar nossa relação inocente demais, calma, nossa relação ainda é inocente, afinal compartilhamos olhares secretos carregados de desejo, timidez e sentimento [talvez]. 

25 de novembro de 2010

Ele Robô



Desafiei os religiosos, quebrei tabus conservadores, aderi ao mundo da tecnologia, aboli certos conceitos [meus], ultrapassei as barreiras do certo e errado e criei você.
A priori tu eras apenas mais um de meus caprichos.
Naquele sábado agitado, perdido no meio de uma multidão eufórica, que consumia álcool em excesso em plena cidade pacata interiorana, vi os seus olhos de lata, um tanto mecânicos, sim, mas algo chamou atenção, sua estrutura, desgastada ou talvez desatualizada, agia como imã despertando meus desejos de tê-lo como meu.
Me aproximei aos poucos para não assustá-lo e por segurança também, afinal ainda não sabia quais programas predominavam em seu cérebro robótico, mas não tive trabalho, tu eras um robozinho dócil e foi mais fácil ainda torna-se tua dona.
Não demorou, para que eu o transformasse. Mudei seu design, desinstalei programas que o tornavam agressivo, acomodado e dependente de humanos.  Foram longos dois anos de cálculos, noites em claro na sua lataria. Tudo sempre metricamente pensado para que tu, enfim, virasse uma máquina respeitada, como dizem por aí “uma máquina potente”.
E não é que consegui! Estavas ali prontinho na minha frente, tive orgulho de mim, há pouco tempo havia tentado isso e não obtive êxito, mas dessa vez era diferente. Nada mais precisava ser ajustado, nem mesmo um parafuso. Chamei-o de “Obra prima NININO I”, que prepotência minha achar ter criado uma perfeição!
Foi quando tu me mostraste que mesmo sendo de lata existia perspicácia no teu sistema, ora essa! Eu programei-o para ser independente e agora via colocares em prática todos os programas instalados em tua memória artificial, porém funcional.
Hoje essa tua liberdade toda me incomoda, egoísmo talvez, o fato é que antes de meus ajustes eras apenas mais um robô perdido entre tantos outros, eu te recriei, tornei-o uma máquina cobiçada e potente.
Tão potente a ponto de o criador [eu] perder o controle da criação [tu].
Aprendeste a ter vida própria, mas antes sequer tinhas vida!
Foi uma criação tão amada que o deixei partir sem contestar, ao menos, uma franquia. De recordação guardei teu manual de instruções.
Os mesmo ventos que levaram a lataria para longe de seu criador, ou vice-versa, talvez o tragam de volta, ou não.

11 de novembro de 2010

Medo


É um sentimento que corrói a alma, acelera as batidas cardíacas, estimula as tremedeiras, e angustia os instintos.
É visita constante em momentos tensos, decisivos, crucias.
Vêm para pôr a prova suas crenças, suas verdades e para fortalecer suas dúvidas, é um dos melhores amigos da insônia, andam sempre lado a lado, é o que difere sua vida em viver ou sobreviver.
Sentimento que tanto confunde, faz sofrer, te isola, te assola...
É bem verdade que desde cedo o carregamos, talvez seja até uma defesa do inconsciente, uma forma de frear nossa ousadia exagerada, contudo deve ser dosado.
Uma overdose de MEDO pode destruir um momento, uma história, e até mesmo uma vida!
Se for solicitado em grandes quantidades o medo se torna um ladrão que nos faz temer o amanhã, enquanto nos rouba o hoje!