26 de novembro de 2010

Olhares seus, meus, NOSSOS

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara! José Saramago


Seus olhares sacanas me constrangem. É bem verdade que só eu os percebo, sendo assim, subentende-se que sejam discretos, é, são discretos sim, mas tu és capaz de despir-me com um mero olhar.
Talvez seja o fato de ninguém notá-los que mais me constranja, pois isso indaga a hipótese de não passar de uma fantasia de minha mente maldosa, pior ainda, caso seja mesmo uma fantasia significa que o desejo de ter esses olhares sacanas é meu.
Não, não pode ser uma fantasia singular, um desejo ímpar, ora essa! Sei que é um desejo nosso, tu o despertaste em mim, não fujas dessa responsabilidade, se é pecado, então fora um pecado cometido em parceria, onde as conseqüências serão dividas ao meio.
Não serei hipócrita a ponto de dizer que não gosto [de seus olhares], mas jamais os esperei, o porquê eu não sei ao certo, talvez por julgar nossa relação inocente demais, calma, nossa relação ainda é inocente, afinal compartilhamos olhares secretos carregados de desejo, timidez e sentimento [talvez]. 

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