10 de dezembro de 2010

Perdida no tempo


Ah, a modernidade!
A onda do momento é “ficar”, beijar e tchau tchau...
Troca de olhares, sorrisos tímidos, inquietude das mãos, nada mais disso importa, e aos que ainda tentam essa proeza são lhes dado titulo de caretas, afinal para moçada o importante mesmo é quantidade e não qualidade. Tanto faz se a mocinha tem o sorriso bonito ou olhar sedutor, se o carinha é romântico ou insensível, o que vale mesmo é apontar e dizer “Ah, aquele (a) ali já peguei!” com um sorriso irônico no canto da boca e olhar sarcástico de satisfação pessoal.
São beijos sem emoção, abraços vazios, carícias carregadas de mero desejo [às vezes nem isso possuem], diálogos reduzidos em uma ou duas frases no máximo [“Oi” e “Eu te quero agora”], enfim isso se chama geração século XXI, são os adeptos da seguinte filosofia de vida ”a vida é curta, sou novo (a) demais para me “apegar” há alguém”.
Sinto-me uma roqueira no show do Chitãozinho e Xororó, totalmente deslocada, porque além de mulher sou romântica, esse consumismo de pessoas não me atraí, gosto mesmo é de amor à moda antiga, troca de olhares eloqüentes, sorrisos salientes, beijos ardentes. Gosto mesmo é de uma boa e velha paixão, daquelas que bitolam teu pensamento em apenas um ser, que te fazem sonhar de olhos abertos, rir sozinho (a).
É talvez eu tenha nascido na época errada, mas a verdade é que gosto de exclusividade e de ser exclusiva, calma, não procuro um dono nem quero dominar ninguém, apenas ser presença constate na vida de alguém e vice-versa, exato, pode rir, sim eu gosto de namorar.
Micro relacionamentos nos limita, impede que conheçamos qualidades ímpares do outro, defeitos horrorosos que nos ajudam a evoluir, nos nega o direito à intimidade, não nos deixa ser brega, nos obriga a ser frios e criar personagens durões, nos afoga em solidão, nos tira o olfato [pois são muitos cheiros que se misturam e nenhum que marca].
Não, não gosto de joguinhos de sedução, mas ser sutil na paquera é essencial, incita o desejo de ter o outro e quando isso acontece é sempre mais interessante.

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